“Do tempo que resta
É um clássico. Muitos livros, muitas peças de teatro, muitos poemas, muitos filmes sobre isto. O momento em que se pergunta: estou a ir bem? É isto que eu quero? Era isto que eu queria? Era isto, esta pessoa, que eu queria ser? Chama-se crise da meia-idade. Tínhamos ouvido falar. Parecia uma coisa estranha, cliché. Uma coisa que nunca nos aconteceria, não a nós – nós nunca sentiríamos esse misto de angústia e resignação, desespero e cansaço (e alívio, um pouco de alívio também) que vem com estas contas. Olha-se para trás, olha-se para a frente. Faz-se um balanço – colunas de deve, colunas de haver. Quantos livros ainda lerei? Quantos países ainda visitarei? Quantas coisas novas me parecerão novas? Quantas ideias, pessoas, imagens, palavras, sons, manhãs? Quantas vezes sentirei entusiasmo, maravilhamento, alegria, a energia única que vem do que nos arrebata?(…)”
É um clássico. Muitos livros, muitas peças de teatro, muitos poemas, muitos filmes sobre isto. O momento em que se pergunta: estou a ir bem? É isto que eu quero? Era isto que eu queria? Era isto, esta pessoa, que eu queria ser? Chama-se crise da meia-idade. Tínhamos ouvido falar. Parecia uma coisa estranha, cliché. Uma coisa que nunca nos aconteceria, não a nós – nós nunca sentiríamos esse misto de angústia e resignação, desespero e cansaço (e alívio, um pouco de alívio também) que vem com estas contas. Olha-se para trás, olha-se para a frente. Faz-se um balanço – colunas de deve, colunas de haver. Quantos livros ainda lerei? Quantos países ainda visitarei? Quantas coisas novas me parecerão novas? Quantas ideias, pessoas, imagens, palavras, sons, manhãs? Quantas vezes sentirei entusiasmo, maravilhamento, alegria, a energia única que vem do que nos arrebata?(…)”
Fernanda Câncio, in Notícias Magazine
QUERO DAR OS MEUS PARABÉNS À FERNANDA CÂNCIO PELO TEMA QUE ABORDOU, HOJE DIA 1 DE MARÇO, COM O TÍTULO " DO TEMPO QUE RESTA".
Falar do passado é algo que por mais que não queiramos faz parte de cada um, recordar sempre um passado já distante, que nos traz à memória tempos de infância, tempos em que éramos crianças e brincávamos com bonecas de trapos; corríamos os verdes campos; fazíamos as rodinhas; o fazer bonecos na areia da praia. Enfim o tempo foi passando, tornamo-nos adolescentes, adultos, e agora chega aquela idade em que vem à memória aquele passado que jamais poderemos esquecer. Lembrar o passado é trazer lembranças antigas, resgatando amizades perdidas no tempo e no espaço. Surpreendo-me por gratas recordações e outras recordando a perda de entes queridos. A questão não é voltar no tempo, mas trazer o passado para cá. É uma questão pessoal e emocional perceber que muita coisa foi deixada para trás e que, afinal, antes era melhor. Não me refiro à infância, refiro-me à pureza (porque não somos puros porque somos crianças; somos crianças porque somos puros). Mas temos de pensar que vale a pena fazer um intervalo e lembrar que viver no presente é bom porque é a única opção disponível.
No presente, olhamos o passado com saudade, saudade que não sentíamos naquela época, ou porque não percebíamos o seu valor, ou porque agora estamos a subestimar este valor comparado a um momento actual de menor significado. A saudade é a ponte entre o presente e o passado. Ela permite-nos visitar o passado, reviver cenas e emoções, mas não nos permite permanecer no passado. Sempre que cruzarmos a ponte teremos que voltar. Tentar permanecer no passado causa uma ruptura grave e de sérias consequências no presente. No futuro teremos muitas saudades do presente, então, é melhor vivê-lo plena e intensamente, porque pior do que a saudade do que vivemos é o arrependimento do que poderíamos ter vivido e não vivemos.
Recordar é viver, mas viver é melhor! Viva intensamente o momento presente e deixe que a saudade seja “apenas uma foto” de um filme onde todos sejamos os protagonistas. Um filme que ainda lhe reserva as melhores cenas da história, esta mesma história cuja saudade conta os capítulos anteriores!
Que o making of da sua vida seja tão interessante quanto o filme pronto e que as lágrimas da saudade não borrem porque escolheu viver sem maquilhagem. A personagem somos todos nós, o resto são detalhes, detalhes difíceis de esquecer porque pertencem a cada um de nós!
A saudade não deve ser uma algema que nos aprisione ao que já passou, mas uma janela de onde poderemos observar que, da mesma forma em que as dificuldades passaram e a beleza de cada momento permaneceu, a vida continuará a valer sempre a pena de agora em diante e oferecendo oportunidades de sentir novas e melhores saudades a cada instante. É na compreensão no respeito, naquele abraço e ombro amigo que deveremos dar o consolo a todos que percorremos este caminho que é a vida.
Falar do passado é algo que por mais que não queiramos faz parte de cada um, recordar sempre um passado já distante, que nos traz à memória tempos de infância, tempos em que éramos crianças e brincávamos com bonecas de trapos; corríamos os verdes campos; fazíamos as rodinhas; o fazer bonecos na areia da praia. Enfim o tempo foi passando, tornamo-nos adolescentes, adultos, e agora chega aquela idade em que vem à memória aquele passado que jamais poderemos esquecer. Lembrar o passado é trazer lembranças antigas, resgatando amizades perdidas no tempo e no espaço. Surpreendo-me por gratas recordações e outras recordando a perda de entes queridos. A questão não é voltar no tempo, mas trazer o passado para cá. É uma questão pessoal e emocional perceber que muita coisa foi deixada para trás e que, afinal, antes era melhor. Não me refiro à infância, refiro-me à pureza (porque não somos puros porque somos crianças; somos crianças porque somos puros). Mas temos de pensar que vale a pena fazer um intervalo e lembrar que viver no presente é bom porque é a única opção disponível.
No presente, olhamos o passado com saudade, saudade que não sentíamos naquela época, ou porque não percebíamos o seu valor, ou porque agora estamos a subestimar este valor comparado a um momento actual de menor significado. A saudade é a ponte entre o presente e o passado. Ela permite-nos visitar o passado, reviver cenas e emoções, mas não nos permite permanecer no passado. Sempre que cruzarmos a ponte teremos que voltar. Tentar permanecer no passado causa uma ruptura grave e de sérias consequências no presente. No futuro teremos muitas saudades do presente, então, é melhor vivê-lo plena e intensamente, porque pior do que a saudade do que vivemos é o arrependimento do que poderíamos ter vivido e não vivemos.
Recordar é viver, mas viver é melhor! Viva intensamente o momento presente e deixe que a saudade seja “apenas uma foto” de um filme onde todos sejamos os protagonistas. Um filme que ainda lhe reserva as melhores cenas da história, esta mesma história cuja saudade conta os capítulos anteriores!
Que o making of da sua vida seja tão interessante quanto o filme pronto e que as lágrimas da saudade não borrem porque escolheu viver sem maquilhagem. A personagem somos todos nós, o resto são detalhes, detalhes difíceis de esquecer porque pertencem a cada um de nós!
A saudade não deve ser uma algema que nos aprisione ao que já passou, mas uma janela de onde poderemos observar que, da mesma forma em que as dificuldades passaram e a beleza de cada momento permaneceu, a vida continuará a valer sempre a pena de agora em diante e oferecendo oportunidades de sentir novas e melhores saudades a cada instante. É na compreensão no respeito, naquele abraço e ombro amigo que deveremos dar o consolo a todos que percorremos este caminho que é a vida.
Helena Almeida (EFA GSA)
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